Teco Medina é palestrante e co-apresentador dos programas “Fim de Expediente” e “Hora de Expediente”, ambos veiculados pela rádio CBN. Também atuou como colunista do jornal Gazeta do Povo e Canal My News. Na última semana, ele fez uma palestra durante o lançamento do 6° Anuário da OCB, em Vitória, em que, explicou um pouco sobre o histórico e o futuro da economia no País, usando metáforas de futebol. Confira um resumo da palestra!
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O Brasil no “jogo econômico”: 1 x 7
Durante o lançamento do 6° Anuário do Cooperativismo da OCB, o economista Teco Medina usou metáforas do futebol para explicar dados da economia brasileira. Segundo ele, assim como no placar histórico de 2014, o Brasil entra em campo enfrentando adversários pesados que dificultam o crescimento sustentável.
Teco abriu a fala com a ideia de que “a economia não é uma caixinha de surpresas”, mas sim algo com sinais previsíveis quando se observa com atenção e, apesar do cenário atual parecer positivo, com crescimento acima de 2%, inflação abaixo de 5%, desemprego em baixa, o “jogo” preocupa, dado o quadro das contas públicas e da trajetória de endividamento.
Na perspectiva dele, o Brasil deve acumular 13 anos de déficit primário quase que ininterruptos, o que compromete a sustentabilidade fiscal e pressiona juros e inflação. Segundo Teco, “quando o governo gasta mais do que arrecada, a conta chega rápido”. Por outro lado, lembrou que ajustes consistentes, mostram como é possível reverter o cenário em pouco tempo, reduzindo juros e inflação, como implementado no governo Temer.
Os “sete gols” contra o Brasil
- Déficit das contas públicas: o país gasta de forma recorrente mais do que arrecada, acumulando déficits sucessivos;
- Aumento da dívida: a trajetória da dívida/PIB sobe em ritmo acelerado, comprometendo a confiança dos investidores;
- Selic alta: com a taxa básica em 15% ao ano, o crédito fica caro e trava consumo e investimentos;
- Inflação alta: preços persistentemente acima do teto da meta corroem poder de compra e competitividade;
- Falta de previsibilidade: decisões repentinas e mudanças de rota atrapalham planejamento econômico;
- Investimentos com baixo retorno: o dinheiro público tem sido direcionado de forma ineficiente, sem gerar efeitos duradouros no crescimento;
- Falta de “regras do jogo” claras: instabilidade regulatória e intervenções na economia minam a segurança jurídica.
O que isso significa
O Brasil até marca o seu “1 gol”, tem potencial enorme, seja pelo agronegócio, pela matriz energética limpa ou pelo tamanho do mercado consumidor. Mas enfrenta um placar adverso diante de fatores estruturais que insistem em atrapalhar a competitividade.
O caminho para virar o jogo
Segundo Teco, só é possível inverter esse resultado se o país adotar disciplina fiscal, reformas estruturais e aumento da produtividade, além de melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos privados.
Para refletir:
Na palestra, Teco Medina citou o livro O Sinal e o Ruído (2012), do estatístico norte-americano Nate Silver, como uma referência para compreender o atual momento da economia. A obra mostra como, em meio ao excesso de informações e ruídos que se multiplicam diariamente, é fundamental aprender a identificar os sinais realmente relevantes para a tomada de decisão.
Para Teco, esse raciocínio se aplica diretamente ao Brasil: apesar da enxurrada de notícias e da polarização, a economia segue uma lógica própria, com resultados que decorrem de escolhas feitas no passado. Por isso, mais do que se perder nos ruídos do debate político e conjuntural, é preciso concentrar-se nos sinais que de fato indicam os rumos do país.